A epilepsia é uma das as afeções do sistema nervoso conhecidas há mais tempo, acerca de 3.000 anos a.C. já era representada em papiros e atribuída a uma entidade maléfica. O homem no fim do hieróglifo significa que uma pessoa morta ou um demónio entrou no corpo da vítima provocando-lhe epilepsia. Isto reflete as concepções primitivas sobre a origem das doenças: os espíritos malignos seriam os responsáveis pela epilepsia. Para tal, era necessário apaziguá-los mediante orações ou oferendas.
Por volta do ano 2000 a.C., na antiga Babilónia eram feitas restrições ao casamento de pessoas epilépticas. Atribuíam à epilepsia um caráter mágico e sagrado, dizendo que a pessoa era possuída pelo demónio.
Os gregos acreditavam que só um Deus seria capaz de possuir um homem, privando-o dos seus sentidos, provocando-lhe uma queda e convulsões e depois deixá-lo como se nada tivesse acontecido, chamavam a epilepsia de Doença Sagrada. Os romanos designavam-na de Mal Comicial, devido ao fato de se suspenderem os comícios cada vez que um dos seus participantes sofria um ataque, ficando-se a aguardar um sinal de bom presságio para se recomeçar o mesmo.
Os hebreus acreditavam que cuspir sobre um corpo em convulsões obrigava o demónio a sair dele e, tal como a cultura greco-romana, pensavam que as fases da lua provocariam as crises epilépticas. Para os árabes as crianças concebidas ou nascidas durante a lua cheia correriam o risco de ser epilépticas. As crenças baseadas na influência lunar também apelidavam os epilépticos de lunáticos, enquanto as que acreditavam na possessão por demónios os designavam por maníacos. A responsabilidade da lua ainda hoje está presente em algumas regiões de Portugal onde não se deixam as fraldas a secar, ao luar, para os bebés não contraírem a doença.
A 400 a.C., Hipócrates, o pai da Medicina, afirmou que a causa da epilepsia não estava em espíritos malignos, mas no cérebro, tentando desfazer a ideia de uma doença sagrada.
Na Idade Média a epilepsia foi relacionada com a doença mental e tida como doença contagiante, o que persiste até hoje entre pessoas desinformadas. Com frequência se tentava curar esse mal por meios religiosos. Já no século XVIII, Jackson, um neurologista, definiu que a epilepsia era causada por uma descarga anormal das células nervosas.
Séculos se passaram, conceitos, conhecimentos e tratamentos mudaram, evoluíram, mas preconceitos e desinformação ainda existem como existiam no passado.
Obtido de Viver com a
Epilepsia: http://www.vivacomepilepsia.org/conteudo/historia.htm

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